Os três primeiros “Coros da Rocha”

Auto-da-Fé de T.S. Eliot. Londres, 1934 d.C.

 

I

A Águia se eleva ao cume do Céu,
O Caçador com seus cães persegue seu circuito.
Ó revolução perpétua de estrelas configuradas,
Ó recorrência perpétua de estações determinadas,
Ó mundo de primavera e outono, nascimento e
        morte!
O ciclo infindável de ideia e ação,
A invenção infindável, a experimentação infindável,
Traz o conhecimento do movimento, mas não da
        quietude;
O conhecimento da fala, mas não do silêncio;
O conhecimento das palavras e a ignorância do
        Verbo.
Todo o nosso conhecimento nos traz mais perto de
        nossa ignorância,
Toda a nossa ignorância nos traz mais perto da
        morte,
Mas mais perto da morte, não mais perto de DEUS.
Onde está a vida que perdemos ao viver?
Onde está a sabedoria que perdemos no
        conhecimento?
Onde está o conhecimento que perdemos na
        informação?
Os ciclos do Céu em vinte séculos
Nos levam mais longe de DEUS e mais perto do
        Pó.

Eu viajei para Londres, a Cidade presa do tempo,
Onde o Rio flui, com flutuações estrangeiras.
Lá me disseram: já temos igrejas demais,
E churrascarias de menos. Lá me falaram:
Que os vigários se aposentem. Os homens não
        precisam da Igreja

No lugar onde trabalham, mas onde passam seus
        Domingos.
Na Cidade, não precisamos de sinos:
Que eles despertem os bairros residenciais.
Eu viajei para estes bairros, e lá me disseram:
Labutamos por seis dias, no sétimo precisamos
        guiar
Até Hindhead, ou Maidenhead.
Se o tempo estiver feio, ficamos em casa e lemos
        jornais.
No distrito industrial, lá me falaram
Sobre as leis econômicas.
No agradável campo, lá a impressão foi de que
O interior hoje só serve para piqueniques.
E a impressão é de que não querem mais a Igreja
Nem no interior nem nas periferias; e no centro
Só para casamentos importantes.

LÍDER DO CORO:

Silêncio! e preservem uma distância respeitosa.
Pois vejo que se aproxima
A Rocha. Que talvez responderá às nossas
        dúvidas.
A Rocha. A Sentinela. O Estrangeiro.
Aquele que viu o que aconteceu
E que vê o que acontecerá.
A Testemunha. O Crítico. O Estrangeiro.
O abalado por Deus, em quem a verdade é inata.

Entra a ROCHA, conduzida por um MENINO:
A ROCHA:

O lote do homem é o trabalho incessante,
Ou o ócio incessante, que é ainda mais duro,
Ou o trabalho irregular, que não é agradável.
Sozinho eu estive pisando as uvas para o vinho,
        e eu sei
Que é difícil ser realmente útil, renunciando
Às coisas que os homens tomam pela felicidade,
        buscando
As boas ações que levam à obscuridade, aceitando
Com a mesma face aqueles que trazem ignomínia,
O aplauso de todos ou o amor de ninguém.
Todos os homens estão prontos a investir seu
        dinheiro
Mas a maioria espera dividendos.
Eu lhes digo: Façam perfeita a sua vontade.
Eu digo: não se preocupem com a colheita,
Mas somente em semear direito.

O mundo gira e o mundo muda,
Mas uma coisa não muda.
Em todos os meus anos, uma coisa não muda.
Ainda que vocês a disfarcem, esta coisa não muda:
A perpétua luta entre o Bem e o Mal.
Negligentes, vocês renegam seus altares e igrejas;
Vocês homens deste tempo zombam
Do que foi feito de bom, encontram explicações
Para satisfazer a mente racional e esclarecida.
Depois, vocês renegam e depreciam o deserto.
O deserto não está distante nos trópicos austrais,
O deserto não está somente depois da esquina,
O deserto está espremido no metrô perto de vocês,
O deserto está no coração do seu irmão.
O homem bom é o construtor, se ele constrói o que
        é bom.
Eu lhes mostrarei as coisas que estão sendo feitas,
E algumas coisas que foram feitas há muito tempo,
Para que vocês se encorajem. Façam perfeita a sua
        vontade.
Eu lhes mostrarei o trabalho dos humildes. Ouçam.

As luzes diminuem; na penumbra ouve-se a voz dos TRABALHADORES cantando.

Nos lugares ermos
Construímos com tijolos novos
Há mãos e máquinas
E barro para um novo tijolo
E cal para uma nova argamassa
Onde faltarem tijolos
Construiremos com uma nova pedra
Onde as vigas estiverem podres
Construiremos com novos lenhos
Onde a palavra não for dita
Construiremos com uma nova linguagem
Há trabalho em comum
Uma Igreja para todos
Um emprego para cada um
Todo homem ao seu trabalho.

Então, contra o céu obscurecido, se vê a silhueta de um grupo de TRABALHADORES. De muito longe, as vozes dos DESEMPREGADOS
lhes respondem.

Ninguém nos contratou
Com as mãos nos bolsos
E cabisbaixos
Aguardamos em pé ao ar livre
E trememos em quartos escuros.
Somente o vento se move
Sobre os campos vazios, virgens,
Onde o arado inerte, pende enfiado
No sulco. Nesta terra
Haverá um cigarro para dois homens,
Para duas mulheres meia caneca de cerveja
Amarga. Nesta terra
Ninguém nos contratou.
Nossa vida não é bem-vinda, nossa morte
Não é citada no “Times”.

Canto dos TRABALHADORES de novo.

O rio flui, as estações mudam,
O pardal e o bem-te-vi não têm tempo a perder.
Se os homens não constroem
Como hão de viver?
Quando o campo for lavrado
E o trigo virar pão
Eles não morrerão numa cama pequena
E num lençol curto. Nesta rua
Não há início, nem movimento, nem paz e nem fim
Mas barulho sem fala, comida sem gosto.
Sem atraso, sem pressa
Nós construiríamos o início e o fim desta rua.
Nós construímos o sentido:
Uma Igreja para todos
Um emprego para cada um
Todo homem ao seu trabalho.

II

Assim seus pais foram feitos
Concidadãos dos santos, da casa de
        Deus, edificados sobre o fundamento
Dos apóstolos e profetas, o próprio Jesus Cristo,
        a pedra angular.
Mas vocês, acaso vocês construíram bem,
        vocês que agora se sentam desamparados
        numa casa em ruinas?
Onde muitos nasceram para o ócio, para vidas
        dissipadas e mortes esquálidas,
        desprezo amargado em colmeias,
E aqueles que poderiam edificar ou restaurar viram
        as palmas das mãos, ou buscam em vão
        em terras estrangeiras para que as esmolas
        sejam maiores ou a urna seja preenchida.
O que vocês construíram não é firme, se encaixa
        mal, vocês se sentam envergonhados e
        cogitam se e como serão edificados
        juntos para uma habitação de DEUS no
        Espírito, o Espírito que se moveu sobre
        a face das águas como uma lanterna
        sobre o casco de uma tartaruga.
E alguns dizem: “Como podemos amar nosso
        próximo? Pois o amor deve se tornar
        real em ato, tal como o desejo une
        ao desejado; só temos nosso labor
        para oferecer e nosso labor não
        foi solicitado.
Nós aguardamos nas esquinas, sem nada a
        oferecer a não ser as canções que
        sabemos cantar cujo canto não querem ouvir;
Aguardando para sermos despejados no fim,
        numa pilha mais inútil que estrume.”
Vocês, acaso vocês construíram bem, acaso se
        esqueceram da pedra angular?
Falando sobre relações corretas entre os homens,
        mas não das relações dos homens com Deus.
“Nossa cidadania está no Céu”; sim, mas esta é o
        modelo e o padrão para a sua cidadania
        sobre terra.

Quando os seus pais fixaram o lugar de Deus,
E estabeleceram todos os santos, apóstolos
E mártires inconvenientes, numa espécie de
        zoológico,
Então puderam dar início à expansão imperial
Acompanhada do desenvolvimento industrial.
Exportando ferro, carvão e produtos do algodão
E esclarecimento intelectual
E tudo, incluindo capital
E muitas versões da Palavra de Deus:
A raça britânica, segura de sua missão,
A executou, mas deixou muitas coisas incertas
        em casa.

De tudo o que foi feito no passado, vocês comem
        o fruto, ou podre ou maduro.
E a Igreja deve estar sempre construindo, e sempre
        decaindo, e sempre sendo restaurada.
Por tudo o que foi mal feito no passado nós
        sofremos as consequências:
Pela preguiça, pela avareza, gula, negligência
        da Palavra de DEUS,
Pelo orgulho, pela luxúria, perfídia, por todo ato
        pecaminoso.
E de tudo que foi feito e foi bom, vocês são os
        herdeiros.
Pois os feitos bons e maus pertencem a um homem
        sozinho, quando ele está só, do outro
        lado da morte,
Mas aqui sobre a terra vocês têm a recompensa
        do bem e do mal que foi feito por aqueles
        que partiram antes de vocês.
E tudo aquilo que é ruim vocês podem reparar
        se caminharem juntos em humilde
        arrependimento, expiando os pecados
        dos seus pais;
E tudo o que foi bom vocês devem lutar para
        manter com o coração tão devoto quanto os
        dos seus pais que lutaram para conquistá-lo.
A Igreja deve estar sempre construindo, pois está
        sempre decaindo por dentro e
        sendo atacada por fora;
Pois esta é a lei da vida; e vocês devem se lembrar
        que enquanto for tempo de prosperidade
As pessoas negligenciarão o Templo, e no tempo
        da adversidade o caluniarão.

Que vida é a sua se vocês não têm uma vida
        comum?
Não há vida que não seja em comunidade,
E não há comunidade que não seja vivida
        em louvor a Deus.
Mesmo o anacoreta que medita solitário,
Para quem os dias e noites repetem o louvor
        a Deus,
Reza pela Igreja, o Corpo de Cristo encarnado.
E agora vocês vivem dispersos em estradas
        entrelaçadas,
E nenhum homem conhece ou se importa com
        seu próximo
A menos que o seu próximo faça confusão demais,
Mas todos se lançam pra cá e pra lá com seus
        carros,
Familiarizados com as estradas e radicados
        em lugar nenhum.
E tampouco a família se move em conjunto,
Mas todo filho gostaria de ter sua motocicleta,
E as filhas cavalgam por aí em selins ocasionais.
Muito que demolir, muito que erguer,
        muito que restaurar;
Que não se atrase o trabalho, que não se
        desperdice o braço e o tempo;
Que o barro seja escavado do fosso, que a serra
        corte a pedra,
Que o fogo não se apague na forja.

III

A Palavra de DEUS veio a mim, dizendo:
Ó cidades miseráveis de homens planejadores,
Ó geração desgraçada de homens esclarecidos,
Traídos no labirinto de suas ingenuidades,
Vendidos pelos rendimentos de suas próprias
        invenções:
Eu lhes dei mãos que vocês desviaram
        do culto,
Eu lhes dei a fala, para um palavreado interminável,
Eu lhes dei a minha Lei, e vocês arranjam
        comissões,
Eu lhes dei lábios, para exprimir sentimentos
        amigáveis,
Eu lhes dei corações, para a desconfiança
        recíproca.
Eu lhes dei o poder de decidir, e vocês só
        alternam
Entre fúteis especulações e ações imponderadas,
Muitos estão empenhados em escrever livros e
        imprimi-los,
Muitos desejam ver seus nomes impressos,
Muitos só leem os resultados das corridas.
Muitas são as suas leituras, mas não da
        Palavra de DEUS,
Muitas são as suas construções, mas não da
        Casa de DEUS.
Acaso me construirão uma casa de gesso,
        com telhados ondulados,
Para serem preenchidos com restos dos jornais
        de Domingo?

1a VOZ MASCULINA:

Um Grito do Oriente:
O que será feito às orlas de navios fumegantes?
Vocês deixarão que o meu povo esqueça e caia
        em esquecimento
No ócio, na labuta, no estupor delirante?
Só restará a chaminé despedaçada,
O casco desbastado, uma pilha de ferro
        enferrujado,
Em uma rua de paralelepípedos entulhados que
        o bode escala,
Onde minha Palavra não é dita.

2a VOZ MASCULINA:

Um Grito do Norte, do Ocidente e
        do Sul
Onde milhares de pessoas viajam diariamente
        para a Cidade presa do tempo;
Onde minha Palavra não é dita,
Na terra das violetas e das roupas de tênis
O coelho se entocará e o espinho voltará,
A urtiga florescerá nas quadras de saibro,
E o vento dirá: “Aqui jazem pessoas decentes
        e ateias:
Seu único monumento, a estrada de asfalto
E milhares de bolas de golfe perdidas”.

CORO:

Nós construímos em vão se o SENHOR não
        constrói conosco.
Vocês podem manter a Cidade se o SENHOR
        não se mantém com vocês?
Mil policiais orientando o tráfego
Não podem dizer porque vocês vieram nem
        para onde vão.
Uma colônia de porquinhos da Índia ou uma horda
        de ativas marmotas
Constroem melhor que aqueles que constroem
        sem o SENHOR.
Haveremos de erguer nossos pés sobre ruínas
        perpétuas?
Eu amei a beleza da Tua casa, a paz
        do Teu santuário,
Eu varri o chão e adornei os altares.
Onde não houver templo não haverá casas,
Ainda que vocês tenham abrigos e instituições,
Moradias precárias enquanto o aluguel é pago,
Subsolos agregados onde os ratos crescem
Ou habitações sanitárias com portas numeradas
Ou uma casa um pouco melhor que a do vizinho;
Quando o Estrangeiro disser: “Qual é o sentido
        desta cidade?
Vocês se amontoam assim porque se amam
        uns aos outros?”
O que responderão? “Vivemos todos juntos
Para tirar dinheiro uns dos outros”? ou “Esta é
        uma comunidade”?
E o Estrangeiro partirá e retornará
        ao deserto.
Ó alma minha, prepara-te para a vinda
        do Estrangeiro,
Prepara-te para aquele que sabe como fazer
        perguntas.
Ó exaustão de homens que dão as costas a DEUS
Para a grandiosidade das suas mentes e a glória
        das suas ações,
Para artes e invenções e empreendimentos
        ousados,
Para esquemas de grandeza humana totalmente
        desacreditados,
Reduzindo a terra e a água ao seu serviço,
Explorando os mares e desenvolvendo
        as montanhas,
Dividindo as estrelas entre comuns e prediletas,
Empenhados em projetar a geladeira perfeita,
Empenhados em elaborar uma moralidade racional,
Empenhados em imprimir tantos livros
        quanto possível,
Tramando sobre a felicidade e despejando
        garrafas vazias,
Retornando de suas férias para o entusiasmo febril
Pela nação ou raça ou aquilo que chamam
        humanidade;
Ainda que vocês esqueçam o caminho para
        o Templo,
Há alguém que se lembra do caminho para
        a sua porta:
Da Vida vocês podem se evadir, mas da Morte
        não poderão.
Vocês não poderão negar o Estrangeiro.

I

The Eagle soars in the summit of Heaven,
The Hunter with his dogs pursues his circuit.
О perpetual revolution of configured stars,
О perpetual recurrence of determined seasons,
О world of spring and autumn, birth and
        dying!
The endless cycle of idea and action,
Endless invention, endless experiment,
Brings knowledge of motion, but not of
        stillness;
Knowledge of speech, but not of silence;

Knowledge of words, and ignorance of the
        Word.
All our knowledge brings us nearer to
        our ignorance,
All our ignorance brings us nearer to
        death,
But nearness to death no nearer to GOD.
Where is the Life we have lost in living?
Where is the wisdom we have lost
        in knowledge?
Where is the knowledge we have lost in
        information?
The cycles of Heaven in twenty centuries

Bring us farther from GOD and nearer to the
        Dust.

I journeyed to London, to the timekept City,
Where the River flows, with foreign flotations.
There I was told: we have too many churches,
And too few chop‐houses. There I was told:
Let the vicars retire. Men do not
        need the Church

In the place where they work, but where they spend
        their Sundays.

In the City, we need no bells:
Let them waken the suburbs.
I journeyed to the suburbs, and there I was told:
We toil for six days, on the seventh we must
        motor

To Hindhead, or Maidenhead.
If the weather is foul we stay at home and read the
        papers.
In industrial districts, there I was told

Of economic laws.
In the pleasant countryside, there it seemed
That the country now is only fit for picnics.
And the Church does not seem to be wanted
In country or in suburbs; and in the town
Only for important weddings.

CHORUS LEADER:

Silence! and preserve respectful distance. For I perceive approaching
The Rock. Who will perhaps answer our
        doubtings.
The Rock. The Watcher. The Stranger.

He who has seen what has happened.
And who sees what is to happen.
The Witness. The Critic. The Stranger.
The God‐shaken, in whom is the truth inborn.

Enter the ROCK, led by a BOY:
THE ROCK:

The lot of man is ceaseless labour,
Or ceaseless idleness, which is still harder,
Or irregular labour, which is not pleasant.
I have trodden the winepress alone,
        and I know
That it is hard to be really useful, resigning

The things that men count for happiness,
        seeking
The good deeds that lead to obscurity, accepting With equal face those that bring ignominy,

The applause of all or the love of none.
All men are ready to invest their
        money

But most expect dividends.
I say to you: Make perfect your will.
I say: take no thought of the harvest,
But only of proper sowing.

The world turns and the world changes,
But one thing does not change.
In all of my years, one thing does not change. However you disguise it, this thing does not change: The perpetual struggle of Good and Evil.
Forgetful, you neglect your shrines and churches;
The men you are in these times deride

What has been done of good, you find explanations To satisfy the rational and enlightened mind.
Second, you neglect and belittle the desert.
The desert is not remote in southern tropics,
The desert is not only around the corner,
The desert is squeezed in the tube‐train next to you. The desert is in the heart of your brother.
The good man is the builder, if he build what
        is good.
I will show you the things that are now being done,
And some of the things that were long ago done,
That you may take heart. Make perfect your
        will.

Let me show you the work of the humble. Listen.

The lights fade; in the semi‐darkness the voices of WORKMEN are heard chanting.

In the vacant places
We will build with new bricks
There are hands and machines
And clay for new brick

And lime for new mortar
Where the bricks are fallen

We will build with new stone
Where the beams are rotten

We will build with new timbers
Where the word is unspoken
We will build with new speech
There is work together

A Church for all
And a job for each
Every man to his work.

Now а group of WORKMEN is silhouetted
against the dim sky. From farther away,
they are answered by voices
of the UNEMPLOYED.

No man has hired us
With pocketed hands
And lowered faces
We stand about in open places
And shiver in unlit rooms.
Only the wind moves

Over empty fields, untilled
Where the plough rests, at an angle
To the furrow. In this land
There shall be one cigarette to two men,
To two women one half pint of bitter
Ale. In this land

No man has hired us.
Our life is unwelcome, our death
Unmentioned in ʺThe Times.ʺ

Chant of WORKMEN again.

The river flows, the seasons turn,
The sparrow and starling have no time to waste.
If men do not build
How shall they live?
When the field is tilled
And the wheat is bread
They shall not die in a shortened bed
And a narrow sheet. In this street
There is no beginning, no movement, no peace and no end But noise without speech, food without taste.
Without delay, without haste
We would build the beginning and the end of this street. We build the meaning:
A Church for all
And a job for each
Each man to his work.

II

Thus your fathers were made
Fellow citizens of the saints, of the household of
        God, being built upon the foundation

Of apostles and prophets, Christ Jesus Himself
        the chief cornerstone.
But you, have you built well,
        that you now sit helpless
        in a ruined house?

Where many are born to idleness,
        to frittered lives and squalid deaths,
        embittered scorn in honey‐hives,

And those who would build and restore turn out
        the palms of their hands, or look in vain
        towards foreign lands for alms
        to be more or the urn to be filled.

Your building not fitly framed together,
        you sit ashamed and wonder whether and
        how you may be builded together for a
        habitation of GOD in the Spirit, the
        Spirit which moved on the face of the
        waters like a lantern set on the back
        of a tortoise.

And some say: ʺHow can we love our neighbour?
        For love must be made real in act,
        as desire unites with desired;
        we have only our labour to give
        and our labour is not
        required.

We wait on corners, with nothing to bring but
        the songs we can sing which nobody
        wants to hear sung;

Waiting to be flung in the end,
        on a heap less useful than dung.ʺ

You, have you built well, have you forgotten
        the cornerstone?
Talking of right relations of men,
        but not of relations of men to God.

ʺOur citizenship is in Heavenʺ; yes, but that
        is the model and type for your citizenship
        upon earth.

When your fathers fixed the place of God,
And settled all the inconvenient saints, Apostles,
Martyrs, in a kind of
        Whipsnade,

Then they could set about imperial expansion
Accompanied by industrial development.
Exporting iron, coal and cotton goods
And intellectual enlightenment
And everything, including capital
And several versions of the Word of God:
The British race assured of a mission
Performed it, but left much at home
        unsure.

Of all that was done in the past, you eat
        the fruit, either rotten or ripe.

And the Church must be forever building, and
        always decaying. and always being restored.

For every ill deed in the past we
        suffer the consequence:

For sloth, for avarice, gluttony, neglect of
        the Word of GOD.

For pride, for lechery, treachery, for every act
        of sin.

And of all that was done that was good, you have
        the inheritance.
For good and ill deeds belong to a man alone,
        when he stands alone on the other
        side of death,

But here upon earth you have the reward
        of the good and ill that was done by those
        who have gone before you.

And all that is ill you may repair
        if you walk together in humble
        repentance, expiating the sins
        of your fathers;

And all that was good you must fight to
        keep with hearts as devoted as those
        of your fathers who fought to gain it.

The Church must be forever building, for it is
        forever decaying within and
        attacked from without;

For this is the law of life; and you must remember
        that while there is time of prosperity

The people will neglect the Temple, and in time
        of adversity they will decry it.

What life have you if you have not life
        together?

There is no life that is not in community,
And no community not lived
        in praise of God.

Even the anchorite who meditates alone,
For whom the days and nights repeat the praise
        of God,

Prays for the Church, the Body of Christ incarnate.
And now you live dispersed on ribbon
        roads.

And no man knows or cares who is
        his neighbour

Unless his neighbour makes too much disturbance,
But all dash to and fro in motor
        cars,

Familiar with the roads and settled
        nowhere.

Nor does the family even move about together.
But every son would have his motor cycle,
And daughters ride away on casual pillions.
Much to cast down, much to build,
        much to restore;

Let the work not delay, time and
        the arm not waste;

Let the clay be dug from the pit, let the saw
        cut the stone.

Let the fire not be quenched in the forge.

III

The Word of GOD came unto me, saying:
О miserable cities of designing men,
O wretched generation of enlightened men,
Betrayed in the mazes of your ingenuities.
Sold by the proceeds of your proper
        inventions:

I have given you hands which you turn from
        worship,

I have given you speech, for endless palaver,
I have given you my Law, and you set up
        commissions,

I have given you lips, to express friendly
        sentiments,

I have given you hearts, for reciprocal
        distrust.

I have given you power of choice, and you only
        alternate

Between futile speculation and unconsidered action.
Many are engaged in writing books and
        printing them.

Many desire to see their names in print.
Many read nothing but the race reports.
Much is your reading, but not the
        Word of GOD,

Much is your building, but not the
        House of GOD.

Will you build me a house of plaster,
        with corrugated roofing,

To be filled with a litter of Sunday
        newspapers?

1st MALE VOICE:

A Cry from the East:
What shall be done to the shore of smoky ships?
Will you leave my people forgetful and
        forgotten

To idleness, labour, and delirious stupor?
There shall be left the broken chimney,
The peeled hull, a pile of rusty
        iron.

In a street of scattered brick where
        the goat climbs,

Where My Word is unspoken.

2nd MALE VOICE:

A Cry from the North, from the West and from
        the South

Whence thousands travel daily
        to the timekept City;

Where My Word is unspoken,
In the land of lobelias and tennis flannels
The rabbit shall burrow and the thorn revisit,
The nettle shall flourish on the gravel court,
And the wind shall say: ʺHere were decent
        godless people:

Their only monument the asphalt road
And a thousand lost golf balls.ʺ

CHORUS:

We build in vain unless the LORD
        build with us.

Can you keep the City that the LORD
        keeps not with you?

A thousand policemen directing the traffic
Cannot tell you why you come or
        where you go.

A colony of cavies or a horde
        of active marmots

Build better than they that build
        without the LORD.

Shall we lift up our feet among perpetual
        ruins?

I have loved the beauty of Thy House, the peace of
        Thy sanctuary,

I have swept the floors and garnished the altars.
Where there is no temple there shall be no homes.
Though you have shelters and institutions,
Precarious lodgings while the rent is paid,
Subsiding basements where the rat breeds
Or sanitary dwellings with numbered doors
Or a house a little better than your neighbourʹs;
When the Stranger says: ʺWhat is the meaning
        of this city?

Do you huddle close together because you love
        each other?ʺ

What will you answer? ʺWe all dwell together
To make money from each otherʺ? or ʺThis is
        a communityʺ?

And the Stranger will depart and return
        to the desert.

О my soul, be prepared for the coming
        of the Stranger,

Be prepared for him who knows how to ask
        questions.

О weariness of men who turn from GOD
To the grandeur of your mind and the glory
        of your action,

To arts and inventions and daring
        enterprises.

To schemes of human greatness thoroughly
        discredited.

Binding the earth and the water to your service,
Exploiting the seas and developing
        the mountains,

Dividing the stars into common and preferred.
Engaged in devising the perfect refrigerator,
Engaged in working out a rational morality,
Engaged in printing as many books
        as possible,

Plotting of happiness and flinging
        empty bottles,

Turning from your vacancy to fevered enthusiasm
For nation or race or what you call
        humanity;

Though you forget the way to
        the Temple,

There is one who remembers the way to
        your door:

Life you may evade, but Death
        you shall not.

You shall not deny the Stranger.