Auto-da-Fé de T.S. Eliot. Londres, 1934 d.C.
I
A Águia se eleva ao cume do Céu,
O Caçador com seus cães persegue seu circuito.
Ó revolução perpétua de estrelas configuradas,
Ó recorrência perpétua de estações determinadas,
Ó mundo de primavera e outono, nascimento e
morte!
O ciclo infindável de ideia e ação,
A invenção infindável, a experimentação infindável,
Traz o conhecimento do movimento, mas não da
quietude;
O conhecimento da fala, mas não do silêncio;
O conhecimento das palavras e a ignorância do
Verbo.
Todo o nosso conhecimento nos traz mais perto de
nossa ignorância,
Toda a nossa ignorância nos traz mais perto da
morte,
Mas mais perto da morte, não mais perto de DEUS.
Onde está a vida que perdemos ao viver?
Onde está a sabedoria que perdemos no
conhecimento?
Onde está o conhecimento que perdemos na
informação?
Os ciclos do Céu em vinte séculos
Nos levam mais longe de DEUS e mais perto do
Pó.
Eu viajei para Londres, a Cidade presa do tempo,
Onde o Rio flui, com flutuações estrangeiras.
Lá me disseram: já temos igrejas demais,
E churrascarias de menos. Lá me falaram:
Que os vigários se aposentem. Os homens não
precisam da Igreja
No lugar onde trabalham, mas onde passam seus
Domingos.
Na Cidade, não precisamos de sinos:
Que eles despertem os bairros residenciais.
Eu viajei para estes bairros, e lá me disseram:
Labutamos por seis dias, no sétimo precisamos
guiar
Até Hindhead, ou Maidenhead.
Se o tempo estiver feio, ficamos em casa e lemos
jornais.
No distrito industrial, lá me falaram
Sobre as leis econômicas.
No agradável campo, lá a impressão foi de que
O interior hoje só serve para piqueniques.
E a impressão é de que não querem mais a Igreja
Nem no interior nem nas periferias; e no centro
Só para casamentos importantes.
LÍDER DO CORO:
Silêncio! e preservem uma distância respeitosa.
Pois vejo que se aproxima
A Rocha. Que talvez responderá às nossas
dúvidas.
A Rocha. A Sentinela. O Estrangeiro.
Aquele que viu o que aconteceu
E que vê o que acontecerá.
A Testemunha. O Crítico. O Estrangeiro.
O abalado por Deus, em quem a verdade é inata.
Entra a ROCHA, conduzida por um MENINO:
A ROCHA:
O lote do homem é o trabalho incessante,
Ou o ócio incessante, que é ainda mais duro,
Ou o trabalho irregular, que não é agradável.
Sozinho eu estive pisando as uvas para o vinho,
e eu sei
Que é difícil ser realmente útil, renunciando
Às coisas que os homens tomam pela felicidade,
buscando
As boas ações que levam à obscuridade, aceitando
Com a mesma face aqueles que trazem ignomínia,
O aplauso de todos ou o amor de ninguém.
Todos os homens estão prontos a investir seu
dinheiro
Mas a maioria espera dividendos.
Eu lhes digo: Façam perfeita a sua vontade.
Eu digo: não se preocupem com a colheita,
Mas somente em semear direito.
O mundo gira e o mundo muda,
Mas uma coisa não muda.
Em todos os meus anos, uma coisa não muda.
Ainda que vocês a disfarcem, esta coisa não muda:
A perpétua luta entre o Bem e o Mal.
Negligentes, vocês renegam seus altares e igrejas;
Vocês homens deste tempo zombam
Do que foi feito de bom, encontram explicações
Para satisfazer a mente racional e esclarecida.
Depois, vocês renegam e depreciam o deserto.
O deserto não está distante nos trópicos austrais,
O deserto não está somente depois da esquina,
O deserto está espremido no metrô perto de vocês,
O deserto está no coração do seu irmão.
O homem bom é o construtor, se ele constrói o que
é bom.
Eu lhes mostrarei as coisas que estão sendo feitas,
E algumas coisas que foram feitas há muito tempo,
Para que vocês se encorajem. Façam perfeita a sua
vontade.
Eu lhes mostrarei o trabalho dos humildes. Ouçam.
As luzes diminuem; na penumbra ouve-se a voz dos TRABALHADORES cantando.
Nos lugares ermos
Construímos com tijolos novos
Há mãos e máquinas
E barro para um novo tijolo
E cal para uma nova argamassa
Onde faltarem tijolos
Construiremos com uma nova pedra
Onde as vigas estiverem podres
Construiremos com novos lenhos
Onde a palavra não for dita
Construiremos com uma nova linguagem
Há trabalho em comum
Uma Igreja para todos
Um emprego para cada um
Todo homem ao seu trabalho.
Então, contra o céu obscurecido, se vê a silhueta de um grupo de TRABALHADORES. De muito longe, as vozes dos DESEMPREGADOS
lhes respondem.
Ninguém nos contratou
Com as mãos nos bolsos
E cabisbaixos
Aguardamos em pé ao ar livre
E trememos em quartos escuros.
Somente o vento se move
Sobre os campos vazios, virgens,
Onde o arado inerte, pende enfiado
No sulco. Nesta terra
Haverá um cigarro para dois homens,
Para duas mulheres meia caneca de cerveja
Amarga. Nesta terra
Ninguém nos contratou.
Nossa vida não é bem-vinda, nossa morte
Não é citada no “Times”.
Canto dos TRABALHADORES de novo.
O rio flui, as estações mudam,
O pardal e o bem-te-vi não têm tempo a perder.
Se os homens não constroem
Como hão de viver?
Quando o campo for lavrado
E o trigo virar pão
Eles não morrerão numa cama pequena
E num lençol curto. Nesta rua
Não há início, nem movimento, nem paz e nem fim
Mas barulho sem fala, comida sem gosto.
Sem atraso, sem pressa
Nós construiríamos o início e o fim desta rua.
Nós construímos o sentido:
Uma Igreja para todos
Um emprego para cada um
Todo homem ao seu trabalho.
II
Assim seus pais foram feitos
Concidadãos dos santos, da casa de
Deus, edificados sobre o fundamento
Dos apóstolos e profetas, o próprio Jesus Cristo,
a pedra angular.
Mas vocês, acaso vocês construíram bem,
vocês que agora se sentam desamparados
numa casa em ruinas?
Onde muitos nasceram para o ócio, para vidas
dissipadas e mortes esquálidas,
desprezo amargado em colmeias,
E aqueles que poderiam edificar ou restaurar viram
as palmas das mãos, ou buscam em vão
em terras estrangeiras para que as esmolas
sejam maiores ou a urna seja preenchida.
O que vocês construíram não é firme, se encaixa
mal, vocês se sentam envergonhados e
cogitam se e como serão edificados
juntos para uma habitação de DEUS no
Espírito, o Espírito que se moveu sobre
a face das águas como uma lanterna
sobre o casco de uma tartaruga.
E alguns dizem: “Como podemos amar nosso
próximo? Pois o amor deve se tornar
real em ato, tal como o desejo une
ao desejado; só temos nosso labor
para oferecer e nosso labor não
foi solicitado.
Nós aguardamos nas esquinas, sem nada a
oferecer a não ser as canções que
sabemos cantar cujo canto não querem ouvir;
Aguardando para sermos despejados no fim,
numa pilha mais inútil que estrume.”
Vocês, acaso vocês construíram bem, acaso se
esqueceram da pedra angular?
Falando sobre relações corretas entre os homens,
mas não das relações dos homens com Deus.
“Nossa cidadania está no Céu”; sim, mas esta é o
modelo e o padrão para a sua cidadania
sobre terra.
Quando os seus pais fixaram o lugar de Deus,
E estabeleceram todos os santos, apóstolos
E mártires inconvenientes, numa espécie de
zoológico,
Então puderam dar início à expansão imperial
Acompanhada do desenvolvimento industrial.
Exportando ferro, carvão e produtos do algodão
E esclarecimento intelectual
E tudo, incluindo capital
E muitas versões da Palavra de Deus:
A raça britânica, segura de sua missão,
A executou, mas deixou muitas coisas incertas
em casa.
De tudo o que foi feito no passado, vocês comem
o fruto, ou podre ou maduro.
E a Igreja deve estar sempre construindo, e sempre
decaindo, e sempre sendo restaurada.
Por tudo o que foi mal feito no passado nós
sofremos as consequências:
Pela preguiça, pela avareza, gula, negligência
da Palavra de DEUS,
Pelo orgulho, pela luxúria, perfídia, por todo ato
pecaminoso.
E de tudo que foi feito e foi bom, vocês são os
herdeiros.
Pois os feitos bons e maus pertencem a um homem
sozinho, quando ele está só, do outro
lado da morte,
Mas aqui sobre a terra vocês têm a recompensa
do bem e do mal que foi feito por aqueles
que partiram antes de vocês.
E tudo aquilo que é ruim vocês podem reparar
se caminharem juntos em humilde
arrependimento, expiando os pecados
dos seus pais;
E tudo o que foi bom vocês devem lutar para
manter com o coração tão devoto quanto os
dos seus pais que lutaram para conquistá-lo.
A Igreja deve estar sempre construindo, pois está
sempre decaindo por dentro e
sendo atacada por fora;
Pois esta é a lei da vida; e vocês devem se lembrar
que enquanto for tempo de prosperidade
As pessoas negligenciarão o Templo, e no tempo
da adversidade o caluniarão.
Que vida é a sua se vocês não têm uma vida
comum?
Não há vida que não seja em comunidade,
E não há comunidade que não seja vivida
em louvor a Deus.
Mesmo o anacoreta que medita solitário,
Para quem os dias e noites repetem o louvor
a Deus,
Reza pela Igreja, o Corpo de Cristo encarnado.
E agora vocês vivem dispersos em estradas
entrelaçadas,
E nenhum homem conhece ou se importa com
seu próximo
A menos que o seu próximo faça confusão demais,
Mas todos se lançam pra cá e pra lá com seus
carros,
Familiarizados com as estradas e radicados
em lugar nenhum.
E tampouco a família se move em conjunto,
Mas todo filho gostaria de ter sua motocicleta,
E as filhas cavalgam por aí em selins ocasionais.
Muito que demolir, muito que erguer,
muito que restaurar;
Que não se atrase o trabalho, que não se
desperdice o braço e o tempo;
Que o barro seja escavado do fosso, que a serra
corte a pedra,
Que o fogo não se apague na forja.
III
A Palavra de DEUS veio a mim, dizendo:
Ó cidades miseráveis de homens planejadores,
Ó geração desgraçada de homens esclarecidos,
Traídos no labirinto de suas ingenuidades,
Vendidos pelos rendimentos de suas próprias
invenções:
Eu lhes dei mãos que vocês desviaram
do culto,
Eu lhes dei a fala, para um palavreado interminável,
Eu lhes dei a minha Lei, e vocês arranjam
comissões,
Eu lhes dei lábios, para exprimir sentimentos
amigáveis,
Eu lhes dei corações, para a desconfiança
recíproca.
Eu lhes dei o poder de decidir, e vocês só
alternam
Entre fúteis especulações e ações imponderadas,
Muitos estão empenhados em escrever livros e
imprimi-los,
Muitos desejam ver seus nomes impressos,
Muitos só leem os resultados das corridas.
Muitas são as suas leituras, mas não da
Palavra de DEUS,
Muitas são as suas construções, mas não da
Casa de DEUS.
Acaso me construirão uma casa de gesso,
com telhados ondulados,
Para serem preenchidos com restos dos jornais
de Domingo?
1a VOZ MASCULINA:
Um Grito do Oriente:
O que será feito às orlas de navios fumegantes?
Vocês deixarão que o meu povo esqueça e caia
em esquecimento
No ócio, na labuta, no estupor delirante?
Só restará a chaminé despedaçada,
O casco desbastado, uma pilha de ferro
enferrujado,
Em uma rua de paralelepípedos entulhados que
o bode escala,
Onde minha Palavra não é dita.
2a VOZ MASCULINA:
Um Grito do Norte, do Ocidente e
do Sul
Onde milhares de pessoas viajam diariamente
para a Cidade presa do tempo;
Onde minha Palavra não é dita,
Na terra das violetas e das roupas de tênis
O coelho se entocará e o espinho voltará,
A urtiga florescerá nas quadras de saibro,
E o vento dirá: “Aqui jazem pessoas decentes
e ateias:
Seu único monumento, a estrada de asfalto
E milhares de bolas de golfe perdidas”.
CORO:
Nós construímos em vão se o SENHOR não
constrói conosco.
Vocês podem manter a Cidade se o SENHOR
não se mantém com vocês?
Mil policiais orientando o tráfego
Não podem dizer porque vocês vieram nem
para onde vão.
Uma colônia de porquinhos da Índia ou uma horda
de ativas marmotas
Constroem melhor que aqueles que constroem
sem o SENHOR.
Haveremos de erguer nossos pés sobre ruínas
perpétuas?
Eu amei a beleza da Tua casa, a paz
do Teu santuário,
Eu varri o chão e adornei os altares.
Onde não houver templo não haverá casas,
Ainda que vocês tenham abrigos e instituições,
Moradias precárias enquanto o aluguel é pago,
Subsolos agregados onde os ratos crescem
Ou habitações sanitárias com portas numeradas
Ou uma casa um pouco melhor que a do vizinho;
Quando o Estrangeiro disser: “Qual é o sentido
desta cidade?
Vocês se amontoam assim porque se amam
uns aos outros?”
O que responderão? “Vivemos todos juntos
Para tirar dinheiro uns dos outros”? ou “Esta é
uma comunidade”?
E o Estrangeiro partirá e retornará
ao deserto.
Ó alma minha, prepara-te para a vinda
do Estrangeiro,
Prepara-te para aquele que sabe como fazer
perguntas.
Ó exaustão de homens que dão as costas a DEUS
Para a grandiosidade das suas mentes e a glória
das suas ações,
Para artes e invenções e empreendimentos
ousados,
Para esquemas de grandeza humana totalmente
desacreditados,
Reduzindo a terra e a água ao seu serviço,
Explorando os mares e desenvolvendo
as montanhas,
Dividindo as estrelas entre comuns e prediletas,
Empenhados em projetar a geladeira perfeita,
Empenhados em elaborar uma moralidade racional,
Empenhados em imprimir tantos livros
quanto possível,
Tramando sobre a felicidade e despejando
garrafas vazias,
Retornando de suas férias para o entusiasmo febril
Pela nação ou raça ou aquilo que chamam
humanidade;
Ainda que vocês esqueçam o caminho para
o Templo,
Há alguém que se lembra do caminho para
a sua porta:
Da Vida vocês podem se evadir, mas da Morte
não poderão.
Vocês não poderão negar o Estrangeiro.
I
The Eagle soars in the summit of Heaven,
The Hunter with his dogs pursues his circuit.
О perpetual revolution of configured stars,
О perpetual recurrence of determined seasons,
О world of spring and autumn, birth and
dying!
The endless cycle of idea and action,
Endless invention, endless experiment,
Brings knowledge of motion, but not of
stillness;
Knowledge of speech, but not of silence;
Knowledge of words, and ignorance of the
Word.
All our knowledge brings us nearer to
our ignorance,
All our ignorance brings us nearer to
death,
But nearness to death no nearer to GOD.
Where is the Life we have lost in living?
Where is the wisdom we have lost
in knowledge?
Where is the knowledge we have lost in
information?
The cycles of Heaven in twenty centuries
Bring us farther from GOD and nearer to the
Dust.
I journeyed to London, to the timekept City,
Where the River flows, with foreign flotations.
There I was told: we have too many churches,
And too few chop‐houses. There I was told:
Let the vicars retire. Men do not
need the Church
In the place where they work, but where they spend
their Sundays.
In the City, we need no bells:
Let them waken the suburbs.
I journeyed to the suburbs, and there I was told:
We toil for six days, on the seventh we must
motor
To Hindhead, or Maidenhead.
If the weather is foul we stay at home and read the
papers.
In industrial districts, there I was told
Of economic laws.
In the pleasant countryside, there it seemed
That the country now is only fit for picnics.
And the Church does not seem to be wanted
In country or in suburbs; and in the town
Only for important weddings.
CHORUS LEADER:
Silence! and preserve respectful distance. For I perceive approaching
The Rock. Who will perhaps answer our
doubtings.
The Rock. The Watcher. The Stranger.
He who has seen what has happened.
And who sees what is to happen.
The Witness. The Critic. The Stranger.
The God‐shaken, in whom is the truth inborn.
Enter the ROCK, led by a BOY:
THE ROCK:
The lot of man is ceaseless labour,
Or ceaseless idleness, which is still harder,
Or irregular labour, which is not pleasant.
I have trodden the winepress alone,
and I know
That it is hard to be really useful, resigning
The things that men count for happiness,
seeking
The good deeds that lead to obscurity, accepting With equal face those that bring ignominy,
The applause of all or the love of none.
All men are ready to invest their
money
But most expect dividends.
I say to you: Make perfect your will.
I say: take no thought of the harvest,
But only of proper sowing.
The world turns and the world changes,
But one thing does not change.
In all of my years, one thing does not change. However you disguise it, this thing does not change: The perpetual struggle of Good and Evil.
Forgetful, you neglect your shrines and churches;
The men you are in these times deride
What has been done of good, you find explanations To satisfy the rational and enlightened mind.
Second, you neglect and belittle the desert.
The desert is not remote in southern tropics,
The desert is not only around the corner,
The desert is squeezed in the tube‐train next to you. The desert is in the heart of your brother.
The good man is the builder, if he build what
is good.
I will show you the things that are now being done,
And some of the things that were long ago done,
That you may take heart. Make perfect your
will.
Let me show you the work of the humble. Listen.
The lights fade; in the semi‐darkness the voices of WORKMEN are heard chanting.
In the vacant places
We will build with new bricks
There are hands and machines
And clay for new brick
And lime for new mortar
Where the bricks are fallen
We will build with new stone
Where the beams are rotten
We will build with new timbers
Where the word is unspoken
We will build with new speech
There is work together
A Church for all
And a job for each
Every man to his work.
Now а group of WORKMEN is silhouetted
against the dim sky. From farther away,
they are answered by voices
of the UNEMPLOYED.
No man has hired us
With pocketed hands
And lowered faces
We stand about in open places
And shiver in unlit rooms.
Only the wind moves
Over empty fields, untilled
Where the plough rests, at an angle
To the furrow. In this land
There shall be one cigarette to two men,
To two women one half pint of bitter
Ale. In this land
No man has hired us.
Our life is unwelcome, our death
Unmentioned in ʺThe Times.ʺ
Chant of WORKMEN again.
The river flows, the seasons turn,
The sparrow and starling have no time to waste.
If men do not build
How shall they live?
When the field is tilled
And the wheat is bread
They shall not die in a shortened bed
And a narrow sheet. In this street
There is no beginning, no movement, no peace and no end But noise without speech, food without taste.
Without delay, without haste
We would build the beginning and the end of this street. We build the meaning:
A Church for all
And a job for each
Each man to his work.
II
Thus your fathers were made
Fellow citizens of the saints, of the household of
God, being built upon the foundation
Of apostles and prophets, Christ Jesus Himself
the chief cornerstone.
But you, have you built well,
that you now sit helpless
in a ruined house?
Where many are born to idleness,
to frittered lives and squalid deaths,
embittered scorn in honey‐hives,
And those who would build and restore turn out
the palms of their hands, or look in vain
towards foreign lands for alms
to be more or the urn to be filled.
Your building not fitly framed together,
you sit ashamed and wonder whether and
how you may be builded together for a
habitation of GOD in the Spirit, the
Spirit which moved on the face of the
waters like a lantern set on the back
of a tortoise.
And some say: ʺHow can we love our neighbour?
For love must be made real in act,
as desire unites with desired;
we have only our labour to give
and our labour is not
required.
We wait on corners, with nothing to bring but
the songs we can sing which nobody
wants to hear sung;
Waiting to be flung in the end,
on a heap less useful than dung.ʺ
You, have you built well, have you forgotten
the cornerstone?
Talking of right relations of men,
but not of relations of men to God.
ʺOur citizenship is in Heavenʺ; yes, but that
is the model and type for your citizenship
upon earth.
When your fathers fixed the place of God,
And settled all the inconvenient saints, Apostles,
Martyrs, in a kind of
Whipsnade,
Then they could set about imperial expansion
Accompanied by industrial development.
Exporting iron, coal and cotton goods
And intellectual enlightenment
And everything, including capital
And several versions of the Word of God:
The British race assured of a mission
Performed it, but left much at home
unsure.
Of all that was done in the past, you eat
the fruit, either rotten or ripe.
And the Church must be forever building, and
always decaying. and always being restored.
For every ill deed in the past we
suffer the consequence:
For sloth, for avarice, gluttony, neglect of
the Word of GOD.
For pride, for lechery, treachery, for every act
of sin.
And of all that was done that was good, you have
the inheritance.
For good and ill deeds belong to a man alone,
when he stands alone on the other
side of death,
But here upon earth you have the reward
of the good and ill that was done by those
who have gone before you.
And all that is ill you may repair
if you walk together in humble
repentance, expiating the sins
of your fathers;
And all that was good you must fight to
keep with hearts as devoted as those
of your fathers who fought to gain it.
The Church must be forever building, for it is
forever decaying within and
attacked from without;
For this is the law of life; and you must remember
that while there is time of prosperity
The people will neglect the Temple, and in time
of adversity they will decry it.
What life have you if you have not life
together?
There is no life that is not in community,
And no community not lived
in praise of God.
Even the anchorite who meditates alone,
For whom the days and nights repeat the praise
of God,
Prays for the Church, the Body of Christ incarnate.
And now you live dispersed on ribbon
roads.
And no man knows or cares who is
his neighbour
Unless his neighbour makes too much disturbance,
But all dash to and fro in motor
cars,
Familiar with the roads and settled
nowhere.
Nor does the family even move about together.
But every son would have his motor cycle,
And daughters ride away on casual pillions.
Much to cast down, much to build,
much to restore;
Let the work not delay, time and
the arm not waste;
Let the clay be dug from the pit, let the saw
cut the stone.
Let the fire not be quenched in the forge.
III
The Word of GOD came unto me, saying:
О miserable cities of designing men,
O wretched generation of enlightened men,
Betrayed in the mazes of your ingenuities.
Sold by the proceeds of your proper
inventions:
I have given you hands which you turn from
worship,
I have given you speech, for endless palaver,
I have given you my Law, and you set up
commissions,
I have given you lips, to express friendly
sentiments,
I have given you hearts, for reciprocal
distrust.
I have given you power of choice, and you only
alternate
Between futile speculation and unconsidered action.
Many are engaged in writing books and
printing them.
Many desire to see their names in print.
Many read nothing but the race reports.
Much is your reading, but not the
Word of GOD,
Much is your building, but not the
House of GOD.
Will you build me a house of plaster,
with corrugated roofing,
To be filled with a litter of Sunday
newspapers?
1st MALE VOICE:
A Cry from the East:
What shall be done to the shore of smoky ships?
Will you leave my people forgetful and
forgotten
To idleness, labour, and delirious stupor?
There shall be left the broken chimney,
The peeled hull, a pile of rusty
iron.
In a street of scattered brick where
the goat climbs,
Where My Word is unspoken.
2nd MALE VOICE:
A Cry from the North, from the West and from
the South
Whence thousands travel daily
to the timekept City;
Where My Word is unspoken,
In the land of lobelias and tennis flannels
The rabbit shall burrow and the thorn revisit,
The nettle shall flourish on the gravel court,
And the wind shall say: ʺHere were decent
godless people:
Their only monument the asphalt road
And a thousand lost golf balls.ʺ
CHORUS:
We build in vain unless the LORD
build with us.
Can you keep the City that the LORD
keeps not with you?
A thousand policemen directing the traffic
Cannot tell you why you come or
where you go.
A colony of cavies or a horde
of active marmots
Build better than they that build
without the LORD.
Shall we lift up our feet among perpetual
ruins?
I have loved the beauty of Thy House, the peace of
Thy sanctuary,
I have swept the floors and garnished the altars.
Where there is no temple there shall be no homes.
Though you have shelters and institutions,
Precarious lodgings while the rent is paid,
Subsiding basements where the rat breeds
Or sanitary dwellings with numbered doors
Or a house a little better than your neighbourʹs;
When the Stranger says: ʺWhat is the meaning
of this city?
Do you huddle close together because you love
each other?ʺ
What will you answer? ʺWe all dwell together
To make money from each otherʺ? or ʺThis is
a communityʺ?
And the Stranger will depart and return
to the desert.
О my soul, be prepared for the coming
of the Stranger,
Be prepared for him who knows how to ask
questions.
О weariness of men who turn from GOD
To the grandeur of your mind and the glory
of your action,
To arts and inventions and daring
enterprises.
To schemes of human greatness thoroughly
discredited.
Binding the earth and the water to your service,
Exploiting the seas and developing
the mountains,
Dividing the stars into common and preferred.
Engaged in devising the perfect refrigerator,
Engaged in working out a rational morality,
Engaged in printing as many books
as possible,
Plotting of happiness and flinging
empty bottles,
Turning from your vacancy to fevered enthusiasm
For nation or race or what you call
humanity;
Though you forget the way to
the Temple,
There is one who remembers the way to
your door:
Life you may evade, but Death
you shall not.
You shall not deny the Stranger.